Política de comércio exterior e cenário global avaliados por Tatiana Prazeres do MDIC

Acordo Mercosul-União Europeia e mudança climática foram destaque

Solange Sólon Borges, Agência Indusnet Fiesp

A política de comércio exterior foi tema avaliado na reunião do Conselho Superior de Comércio Exterior (Coscex) da Fiesp, no dia 31/5, tendo como expositora Tatiana Prazeres, secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). 

Para Jackson Schneider, presidente do Coscex, há diversos fatores a serem considerados no cenário internacional atual : geopolíticos, econômicos, sociais e ambientais. Neste quadro, é importante entender as diretrizes  quanto à política de comércio exterior e os mecanismos de facilitação do comércio adotados pelo governo brasileiro. 

Tatiana Prazeres debateu com os presentes a definição de prioridades, o que inclui a reindustrialização e sua conexão com a política comercial externa, bem como a desburocratização do comércio, agenda que conta com o apoio do ministro do MDIC e vice-presidente Geraldo Alckmin. Ela apresentou dados expressivos da balança comercial de  maio, apontando que nunca o Brasil exportou tanto, sendo destaque a soja.

Para ela, o contexto geopolítico global realmente afeta a todos, inclusive o comércio, mas se apresenta riscos também traz oportunidades disse. Ela frisou a importância da agenda de sustentabilidade e seu impacto  nas importações e exportações brasileiras, bem como as potenciais barreiras tarifárias ou não tarifárias associadas às mudanças climáticas, um ponto de atenção e que pode afetar a competitividade das exportações brasileiras. 

Fotos: Karim Kahn/Fiesp

Em relação ao Mercosul e à União Europeia (UE), Tatiana Prazeres lembrou do pré-acordo de 2019, ainda não assinado. A UE solicitou compromissos adicionais do Mercosul na área ambiental, focados em desmatamento, apesar de reconhecer os  esforços nacionais. Este é um tema que merece ser acompanhado de perto por todos e pelo governo, segundo a expositora, para quem “o equilíbrio das relações comerciais ao longo do tempo deve ser um mantra”. Mas igualmente lembrou a matriz energética do Brasil que se destaca no cenário mundial como muito sustentável.

A agenda de financiamento é importante em sua visão e é um tema da Câmara de Comércio Exterior (Camex) e do Conselho Estratégico de ministros, disse a Secretária.  Ela tratou da importância de desoneração das exportações brasileiras e lembrou que há uma agenda de exportação comercial com a Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimento) que retornou ao MDIC com o novo governo. Afirmou que, em relação à agenda comercial e combate a práticas desleais e ilegais, já houve avanços.