Para empreendedor, é preciso repensar a forma como os professores atuam nas escolas
Marcos Wesley, criador do Zoom Education for Life, reiterou, em apresentação no 11º Congresso Estadual de Empreendedorismo, a necessidade de mudanças no ensino do país
Guilherme Abati, Agência Indusnet Fiesp
Na tarde desta sexta-feira (05/09), o 11º Congresso Estadual de Empreendedorismo esteve repleto de histórias de vidas inspiradoras e dicas importantes para quem quer ter sucesso em seu negócio.
O empreendedor Marcos Wesley, um dos convidados do evento, realizado pelo Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), em Santo André, falou em sua apresentação sobre a necessidade de repensar a forma como os professores atuam nas escolas.
Para ele, criador do Zoom Education for Life, representante da Lego Education no Brasil, é hora da metodologia holística – que combina brincadeira, atividades lúdicas e estudo – ganhar espaço nas grades curriculares das escolas.

Marcos Wesley, criador do Zoom Education for Life: metodologia que utiliza peças de Lego em resolução de problemas é muito importante. Foto: Everton Amaro/Fiesp
Para ele, a metodologia que utiliza peças de Lego em resolução de problemas é muito importante porque promove ações positivas para a sociedade, estimulando habilidades, competências, atitudes e valores para a vida. “O impacto no aprendizado é enorme”, afirmou Wesley. “Acredito em uma sociedade melhor e mais justa através da brincar e das atividades lúdicas.”
Na visão do empreendedor, a sociedade tem o dever de ajudar a educação a melhorar. “Não esperem políticas públicas”, alertou Wesley, um dos maiores promotores da robótica em escolas do Brasil.
A Lego Education é uma divisão da Lego criada em parceria com o MIT, com objetivo de criar novas formas de ensino, com foco em tecnologia da educação. Atualmente, Wesley desenvolve um projeto de robótica com o astronauta Marcos Pontes para crianças do Rio de Janeiro.
História de superação
Wesley vem de uma família simples, de seis filhos. E sempre sonhou com coisas que sua família não lhe conseguia dar. Wesley conta que seu pai, quando ele ainda era criança, resolveu abrir uma escola de inglês na própria casa.
O empreendedor lembra que passou a ajudar na manutenção de equipamentos eletrônicos. Foi seu primeiro contato com tecnologia, lembrou ele, que se diz apaixonado pelo tema. Depois tornou-se engraxate de sapatos, trabalhando nas ruas.
Um dos clientes de Wesley o convidou para trabalhar juntos. Então, aos 11 anos, passou a vender pimenta do reino, negociando diretamente com donos de mercearia. “Meus pais nunca me limitaram, contanto que eu mantivesse minha frequência escolar”, lembrou.
A partir de então, a carreira do empreendedor não parou de crescer, mas sem jamais esquecer sua paixão por tecnologia.
Depois de alguns anos, já em São Paulo, trabalhou em gráficas, enquanto estudava à noite.
Em 1989, recebeu convite para trabalhar na área de software, na empresa Anacom. Em 1996, criou a Zoom Education for Life, depois se tornando representante da Lego Education, responsável pela área de educação da Lego no Brasil.
“Por meio do brincar e do fazer, contextualizamos o ‘conteúdo chato’ em situações desafiadores. O resultado é uma produção tecnológica”, explicou.
Ele disse ainda que a metodologia trabalha por meio do trabalho em equipe, com um grupo de crianças com funções estabelecidas trabalha na solução de um problema. O grupo, usando os blocos de montar da Lego, com a ajuda de peças tecnológicas, pensa em como resolver um problema dado.
Padrão Disney nos negócios

Alexandre Slivnik,: “nas empresas, os funcionários pedem demissão por causa do líder. A empresa é boa, mas as vezes a liderança não é”. Foto: Everton Amaro/Fiesp
Em seguida foi a vez de Alexandre Slivnik inspirar os futuros empreendedores a pensar em seus negócios de forma inovadora.
Slivnik, autor do livro “Poder da Atitude” e especialista em Excelência Disney, trouxe ao público conceitos e estratégias da maior empresa de entretenimento para negócios e empreendedorismo
O especialista deu exemplos de como a Disney consegue encantar e reter sua base de clientes, por meio de experiências de vínculo emocional, sempre superando as expectativas de quem compra seus produtos e serviços.
“Na Disney todos são considerados líderes. Mas precisa ser um excelente líder, líder que inspira e trabalha junto de sua equipe.”
Para ele, vive-se um apagão de talentos. “Nas empresas, os funcionários pedem demissão por causa do líder. A empresa é boa, mas as vezes a liderança não é”, explicou.
“É preciso que o líder seja o exemplo, que inspire nos outros sua vontade de vencer, que trabalhe a essência do colega”, ensinou.
Além da liderança, Slivnik citou como importante para o sucesso de um negócio a antecipação aos problemas, e a capacidade de entender os problemas do cliente.
Um dos grandes diferenciais da empresa americana é a capacidade de criar conexões emocionais com seus clientes. “Conexão emocional é quando você tem uma experiência inesquecível”, disse.
Segundo Slivnik, dois terços dos clientes não voltam a comprar produtos de uma empresa porque não foram bem atendidos e não criaram qualquer tipo de vínculo.
“Na solução de problemas devemos criar empatia e gerar conexão emocional, criando experiências memoráveis para o cliente e para as pessoas que trabalham conosco”, aconselhou o especialista.