Medidas como redução de tarifa de energia devem estimular crescimento de 4% a 5% em 2013, afirma secretário da Fazenda
De acordo com Nelson Barbosa, secretário-executivo do Ministério da Fazenda, redução da tarifa de energia deve gerar economia de R$ 7 a R$ 10 bilhões no próximo ano
Alice Assunção, Agência Indusnet Fiesp
O Ministério da Fazenda estima que a economia brasileira deva crescer entre 4% e 5% em 2013, já com o efeito de medidas de estímulo ao desenvolvimento anunciadas pelo governo este ano, como a redução da tarifa de energia elétrica.

Nelson Barbosa, secretário-executivo do Ministério da Fazenda. Foto: Helcio Nagamine
“Ela [a redução da tarifa] aumenta a renda disponível. Ou seja, pagar menos por energia vai gerar recursos para outras coisas. Então, tem impacto também de expansão sobre a economia. Por isso, a gente tem uma expectativa mais otimista para o ano que vem”, afirmou Nelson Barbosa, secretário-executivo do Ministério da Fazenda, após participar da abertura do 9º Fórum de Economia da Fundação Getúlio Vargas – evento coordenado em parceria com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Para este ano, Barbosa mantém estimativa de crescimento de 2% do Produto Interno Bruto (PIB). A previsão do governo para a expansão econômica do país em 2012 está acima dos prognósticos do mercado (1,57%) e da Fiesp (de 1,4%).
Segundo cálculos do secretário-executivo, a redução da tarifa de energia elétrica em 16,2%, para residências e comércio, e entre 19,7% e 28%, para a indústria, deve gerar uma economia de até R$ 10 bilhões em 2013.
“O Ministério de Minas e Energia tem esse impacto maior de quanto o consumidor vai deixar de gastar em termos de bilhões, mas está na casa de R$ 7 a R$ 10 bilhões a mais de renda que o setor privado tem para destinar a outros propósitos”, projetou Barbosa, acrescentando que os números ainda não são precisos.
Em nota oficial distribuída na última terça-feira (11/09), a Fiesp avalia como positiva a redução nas contas de luz anunciada no mesmo dia pela presidente Dilma Rousseff. No comunicado, a Fiesp afirma que a medida terá impacto direto no crescimento econômico do Brasil, com redução de custos e aumento da competitividade. Mas, para a entidade, o correto seria obedecer à Constituição e realizar os leilões das concessões que estão vencendo, de forma a garantir o preço justo ditado pela concorrência em cada caso.
Câmbio x inflação
Na avaliação de Nelson Barbosa, uma política inflacionária não deve ser prioritariamente baseada em taxa de câmbio. “O que segura inflação no longo prazo é aumentar investimento e produtividade. Se você segurar inflação via apreciação cambial, vai gerar problema na balança de pagamento, por exemplo”, apontou o secretário-executivo.
Para ele, a taxa de câmbio em R$ 2 não tem grande impacto na inflação, mas “ainda coloca uma grande pressão sobre a indústria brasileira em termos de competitividade”.
“O desafio nesse caso é evitar esses excessos. Nossos estudos indicam que, tanto um câmbio muito apreciado quanto um cambio muito depreciado, é prejudicial ao crescimento. Você tem uma politica de câmbio flutuante para evitar que ele caia demais ou suba demais e isso é feito dia a dia, não é anunciado.”