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Investimento em pesquisa e desenvolvimento deve alcançar demais setores, afirma ministro do MCTI

O objetivo da pasta este ano é investir mais de meio bilhão de reais para tornar as empresas dos setores aeroespacial e aeronáutico mais robustas

Milena Nogueira, Agência Indusnet Fiesp

A reunião plenária conjunta entre o Departamento de Defesa e Segurança (Deseg) da Fiesp e o Sindicato Nacional das Indústrias de Materiais de Defesa (Simde), realizada nesta terça-feira (17/5), na sede da Federação, contou com a participação do ministro Paulo Alvim, da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), à frente da pasta há mais de um mês. Ao tratar do financiamento e da subvenção econômica para a base industrial de defesa, o engenheiro destacou o compromisso do governo federal com a segurança pública a fim de fortalecer a capacidade de pesquisa e desenvolvimento (P&D) para tornar as empresas mais competitivas. O Ministério, que controla a exportação de bens e serviços sensíveis e estabelece diretrizes para as políticas nacionais, prioriza a pauta de incentivo ao desenvolvimento tecnológico para o avanço do Brasil.

Alvim reforçou que resgatar os investimentos em ciência, tecnologia e inovação para a área de defesa é fundamental para o país. “Desde o ano passado foi iniciado um processo de recuperação. Hoje temos entre encomendas tecnológicas e chamadas de políticas públicas mais de R$ 300 milhões para investir”, disse o ministro.

De acordo com ele, o marco do MCTI deste ano será a subvenção econômica da ordem de mais de meio bilhão de reais para as empresas. Em um primeiro momento, os recursos serão destinados aos setores aeroespacial e aeronáutico, com a possibilidade de ampliação. “Temos, em construção, o lançamento de uma linha de crédito para a base da defesa. Uma das estratégias previstas é para a infraestrutura social, como na qualificação de recursos humanos em aeronáutica e aeroespacial”, completou.

Fotos: Karim Kahn/Fiesp

 

Alvim explicou que o Ministério apoia a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ) para a realização de um conjunto de ações e a cobertura de despesas para as empresas públicas ou privadas de caráter industrial, comercial, agrícola ou pastoril.

O ministro também pontuou que não existe defesa e segurança pública se elas não forem fortes tecnologicamente. No entanto, alertou que é preciso ter estratégia de aquisição, como a oferta de financiamento de ferramentas tecnológicas.

“As compras são feitas com recurso orçamentário e é preciso prevê-las para as três Forças, ou seja, Marinha, Exército e Força Aérea Brasileira”, disse. Para ele, o ideal é criar um mecanismo de chamada pública. O Brasil precisa de uma política nacional de defesa para permitir que alcance as linhas que necessitam de atualização, além de mecanismo de estímulo para a infraestrutura de pesquisa, fomento, financiamento e exportação que se torne um plano de Estado, algo permanente, em sua avaliação. Alvim avisou que, em breve, o Ministério irá lançar um programa de segurança cibernética mais voltado às startups.

Ao compartilhar da mesma opinião, o diretor titular do Deseg e presidente do Simde, Carlos Erane de Aguiar, retratou o setor como vocacionado à pesquisa e ao desenvolvimento, permitindo o transbordamento de suas tecnologias para toda a sociedade e algumas das mais popularizadas resultaram do esforço do setor de defesa e segurança, tais como teflon, internet, criptografia, ressonância magnética, tomografia, controle de tráfego aéreo, forno micro-ondas, telefone celular, produção em massa de antibióticos, entre outros.

“Acreditamos que a indústria de defesa e segurança tem um caráter estratégico para garantir a soberania do Brasil e a paz social interna, assim como solucionar um grande problema, a dificuldade de orçamento nos projetos de tecnologia e defesa”. E acrescentou, “receber o MCTI na Fiesp é de importância capital para conhecer e explorar as políticas públicas que permitam o desenvolvimento da capacidade do setor”, completou Aguiar.