Internacionalização é um dos maiores desafios para as PMEs brasileiras
Workshop realizado durante o Encontro Brasil-Alemanha debateu as atividades das pequenas e médias empresas nos dois países
Ariett Gouveia, Agência Indusnet Fiesp

Reinhold Festge, presidente da Latin America Initiative of German Business (LAI). Foto: Everton Amaro/Fiesp
As quase seis milhões de pequenas e médias empresas brasileiras representam 20% do Produto Interno do Brasil (PIB) e 60% da mão de obra empregada no país. No entanto, com relação à importação, apenas 9,5 mil delas exportam. No workshop PMEs, realizado nesta terça-feira (14/05), no 31º Encontro Econômico Brasil-Alemanha, profissionais dos dois países discutiram as possíveis soluções para essa equação.
Presidente da Latin America Initiative of German Business (LAI) e empresário no Brasil desde 1977, Reinhold Festge destacou as diferenças entre os países, que podem justificar por que a Alemanha exporta mais. Entre as razões está o apoio dado pelo governo alemão às PMEs e o tamanho do mercado interno de cada país. Mas Festge disse acreditar que os empresários brasileiros podem superar os obstáculos nacionais.

Volker Treier, vice-presidente executivo da DIHK. Foto: Everton Amaro/Fiesp
“Quando cheguei ao Brasil, há mais de 30 anos, era mais vantajoso produzir no Brasil do que na Alemanha. Hoje tenho uma desvantagem com relação à produção alemã. Já vi muita coisa acontecer, ondas econômicas que sobem e descem. Mas acredito que estamos em um bom caminho”, afirmou ele. Festge destacou que é fundamental que os pequenos e médios empresários invistam em profissionais qualificados, qualidade dos produtos melhores e na buscar de mais vantagens no mercado.
Bodo Liesenfeld, presidente do conselho da Lateinamerika E.V., também afirmou acreditar no desenvolvimento das PMEs brasileiras, mas isso depende da força do empresariado. “Tanto os empresários brasileiros quanto alemães precisam de coragem para assumir riscos e investir.”
Qualificação profissional foi um assunto reforçado por Volker Treier, vice-presidente executivo da DIHK. “Mão de obra especializada é um fator decisivo para as PMEs. Na Alemanha, temos o sistema de formação dual, em que as empresas assumem a formação de pessoal, em parceria com instituições, fazendo com que a formação aconteça diretamente nas fábricas.

Gutember Uchoa, secretário de Estado para o Desenvolvimento Econômico do Distrito Federal. Foto: Everton Amargo/Fiesp
Parceria entre Brasil e Alemanha
Tema central do encontro, a parceria entre os países também no caso das PMEs foi discutida. “Acredito que, para diminuir os riscos, a Alemanha busca diversificar e pulverizar seus destinos de exportação e investimentos, enquanto o Brasil precisa buscar novos mercados”, disse Gutember Uchoa, secretário de Estado para o Desenvolvimento Econômico do Distrito Federal. “Portanto, se não existem mecanismos proativos que estimulem os negócios recíprocos, precisamos aproveitar encontros como esse para refletir sobre o que pode ser feito e estimular esses investimentos.”

Alex Figueiredo, gerente do escritório da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos do Brasil (Apex-Brasil) na Europa. Foto: Everton Amaro/Fiesp
Do lado brasileiro, Alex Figueiredo, gerente do escritório da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos do Brasil (Apex-Brasil) na Europa, apresentou sua organização que, entre outras atividades, desenvolve projetos e produtos para que as PMEs possam dar o passo da internacionalização. “Enquanto na Alemanha a empresa é aberta já pensando internacionalmente, no Brasil o foco inicial é no mercado interno.”
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