“Falta investimento privado para o desenvolvimento da ciência e tecnologia no Brasil”, afirma cientista
Mauro Rebelo deu início ao Workshop Internacional de Negócios e Biodiversidade na sede da Fiesp
Amanda Viana, Agência Indusnet Fiesp
“O que falta no Brasil é investimento privado para o desenvolvimento de ciência e tecnologia. Para o desenvolvimento de tecnologia a partir da ciência que a gente já faz”, afirmou Rebelo, que também é sócio da Bio Bureau Biotecnologia. Ele participou do Festival Internacional de Biotecnologia (Biofest), organizado pela Federação e Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp e Ciesp) durante a Semana de Meio Ambiente, também realizado na sede das entidades.
Segundo ele, o potencial de biodiversidade do Brasil tem aumentando exponencialmente nos últimos cinco anos, com a chegada de novas tecnologias e investimentos para essa transformação. “Biodiversidade é a nossa vantagem competitiva. Biotecnologia é a chave para desbloquear esse potencial competitivo do Brasil. Para isso, a conservação dos ambientes é um pré-requisito”, alertou.
Conservação
É necessário que as discussões sobre o desenvolvimento sustentável considerem os aspectos da conservação dos ambientes naturais e da biodiversidade, tendo em vista minimizar potenciais impactos para os ecossistemas, como o comprometimento de cadeias produtivas, do agronegócio e da própria sociedade.
A análise foi feita pelo diretor titular do Departamento de Meio Ambiente (DMA) da Federação e Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp e Ciesp), Nelson Pereira dos Reis, que também participou do Biofest. Nesta quinta-feira (11/6), deve ser apresentado durante o festival, um estudo em bioenergia conduzido pela Fapesp.
Nelson Pereira dos Reis destacou a vantagem competitiva que o Brasil possui no âmbito da biodiversidade, biotecnologia e bioeconomia.
“O Brasil tem ampla biodiversidade, o que nos permite desenvolver de forma bastante competitiva perante os mercados internacionais. Com essa visão, o Biofest busca promover discussões com especialistas, representantes dos órgãos governamentais, agências de fomento à pesquisa, academia e indústria, para fazermos um marco na discussão do assunto também na Fiesp”, disse Reis.

Nelson Pereira dos Reis (centro), diretor do Departamento de Meio Ambiente da Fiesp.Foto: Ayrton Vignola/Fiesp
BioBrasil
Para acompanhar e estimular o setor, a Fiesp criou um Comitê de Biotecnologia (BioBrasil) em 2012. Eduardo Giacomazzi, coordenador da divisão, afirmou durante o evento desta quarta-feira que o objetivo do Comitê é unir indústria, governo e academia na discussão sobre o assunto, que, segundo ele, faz parte de uma mobilização multissetorial.
“Em relação à biodiversidade, mais do que esse tema ser importante para a indústria ou para a academia, ele é importante para a humanidade, acho que essa é uma contribuição da nossa geração, que agora assume a responsabilidade de como conduzir esse processo a partir dessa mobilização”, comentou Giacomazzi.