Em outubro, crédito imobiliário da CEF alcançou R$ 500 bilhões. Otimismo impera e 2021 deverá ser promissor para a construção civil
Os dados foram apresentados por Alexandre Martins Cordeiro, superintendente nacional de Habitação Pessoa Jurídica (Suhaj) da CEF, em encontro on-line, promovido pela Fiesp, por meio de seu Conselho Superior da Construção (Consic)
Solange Sólon Borges, Agência Indusnet Fiesp
Em 2020, o surgimento da Covid-19 mudou a rotina de todos com impacto nas atividades econômicas e a construção civil não escapou a esses reflexos, mas registrou um cenário atípico, porém, promissor. Na opinião de Alexandre Martins Cordeiro, superintendente nacional de Habitação Pessoa Jurídica (Suhaj) da Caixa Econômica Federal (CEF), é preciso valorizar o segmento de crédito imobiliário e de construção civil. Cordeiro tratou do cenário da pandemia, e o que se deseja para o próximo ano no setor habitacional, em termos orçamentários.
A carteira da habitação da Caixa Econômica Federal alcançou, em outubro, a marca de R$ 500 bilhões de crédito imobiliário, abrigando 5 milhões e 600 mil contratos de famílias, com financiamento ativo neste momento. E, ainda, 5 mil e 500 empreendimentos em produção, o que se traduz em 723 milhões de unidades.
Para Cordeiro, esses dados recentes da carteira da CEF são importantíssimos para todo o segmento da construção civil, pois promove a geração de emprego e renda, além de movimentar a economia como um todo. Hoje, o market share da CEF está próximo dos 70% do mercado imobiliário.
Em janeiro de 2019 participava de um quarto do mercado SBPE (contratações/poupança) e, em junho deste ano, no auge da pandemia, superou os 50%. “O que significa que contratamos mais em julho e agosto. O mercado voltou a crescer, e 2021 deverá ser pujante com a oferta de financiamento, com as pessoas tendo poder de compra, e os empresários lançando novos empreendimentos”, avaliou.
Em relação às contratações com recursos do Fundo de Garantia (FGTS), a CEF foi o principal agente financeiro na execução do orçamento destinado à habitação, cuja participação alcançou 97,4% na contratação de 2020, ou seja, quase 100% do mercado popular de habitação é operado hoje pela Caixa Econômica Federal.

Jorge Lima, Ceo do Projeto de Redução do Custo Brasil, enfatizou como um dos obstáculos a falta de segurança jurídica. Fotos: Karim Kahn/Fiesp
O peso do Custo Brasil
Outro tema tratado no debate on-line, o Custo Brasil, esteve a cargo de Jorge Lima, Ceo do Projeto de Redução do Custo Brasil da subsecretaria de Ambiente de Negócios e Competitividade do Ministério da Economia. “Nós não conhecemos o governo e o governo não nos conhece”, afirmou Lima, a respeito do necessário envolvimento do setor produtivo em reformas estruturantes a serem adotadas e mesmo para o sucesso do próprio Projeto iniciado em 2018.
O que vai sair do Congresso [Nacional] a gente não sabe. Só vai dar certo com o envolvimento forte do setor produtivo”, avisou, reforçando a urgência da Reforma Administrativa, que deveria ter sido a primeira ser feita, e que se soma à emergência da Reforma Tributária, no momento, não para aumentar ou reduzir impostos, mas para equilibrá-los.
“O Brasil joga no lixo R$ 1,5 trilhão por ano” por falta de crédito, contabilizou, insegurança jurídica, falta de infraestrutura e de previsibilidade do que foi investido”, pontuou Lima.
“O setor produtivo precisa estar dentro do Congresso Nacional, que hoje é reformista, e conhecer o marco da construção. Vai sair a Medida Provisória que desburocratiza a construção civil, a MP das ferrovias, a MP da energia, já foi a Lei do Saneamento e do Gás, da Cabotagem, e tudo passa por ele”, aconselhou Jorge Lima, Ceo do Projeto de Redução do Custo Brasil.