Coscex discute nova agenda regulatória para produtos de defesa
Para secretário do Ministério da Defesa, área militar deve ser instrumento de política industrial
Mayara Baggio, Agência Indusnet Fiesp
Mais do que um gasto público, o setor de defesa de um país deve ser considerado um investimento, segundo Flávio Basilio, secretário do Ministério da Defesa. Para ele, nos últimos anos, o Brasil desconsiderou o setor de defesa como um desenvolvedor de tecnologia e um importante canal para a produção industrial.
Em reunião do Conselho Superior de Comércio Exterior da Fiesp (Coscex) nesta terça-feira (22 de agosto), Basilio defendeu que as discussões de comércio exterior e exportação tenham seus representantes da área de defesa, seguindo o exemplo das economias desenvolvidas.
“Estamos colocando a Defesa ou todo o desenvolvimento tecnológico brasileiro sob o escopo da Organização Mundial do Comércio (OMC) e da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico)”, criticou o responsável pela pasta de produtos de de defesa.
Na visão do embaixador e presidente do Coscex, Rubens Barbosa, essa ideia de uma política para os produtos de defesa figuraria como um importante estímulo para o Brasil e acompanha tendências mundiais, como as práticas da China e de alguns países da Europa.
O vice-presidente do Coscex e diretor titular do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Derex), Thomaz Zanotto, por sua vez, reforçou a importância de um espaço para defesa na Câmara de Comércio Exterior (Camex).
Da Presidência da República, o secretário especial de Assuntos Estratégicos Marcos Degaut lamentou que o Brasil não possua uma cultura que dimensione a defesa como um ente de comércio exterior. De acordo com ele, para muitos setores, defesa significa ainda apenas negócios envolvendo equipamento bélico e hardware, “o setor vai bem além destes produtos”, completou.