Biocombustíveis sustentáveis para aviação: veja o resumo do seminário
Evento do Deinfra/Fiesp no Humanidade 2012 discute utilização de cana-de-açúcar como combustível aéreo
Talita Camargo, Agência Indusnet Fiesp
O progresso do projeto de produção, distribuição e utilização de biocombustíveis sustentáveis na aviação, bem como seus impactos no desenvolvimento de tecnologias e mercados relacionados ao tema no Brasil, América Latina e Caribe. Este foi o tema do seminário “Biocombustíveis sustentáveis para aviação”, evento promovido pelo Departamento de Infraestrutura (Deinfra) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), em parceria com a Firjan, agenda desta segunda-feira (18/06), no Humanidade 2012 – Iniciativa da Fiesp e parceiros, em paralelo à Rio+20.
Financiado conjuntamente por três instituições – Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Boeing e Embraer –, o projeto em discussão analisa um dos processos que permitem a produção de biocombustíveis para aviação a partir da cana-de-açúcar (processo Amyris). Como resultado, espera-se a difusão dos benefícios da utilização de combustíveis provenientes de fontes renováveis, inclusive na aviação.
Durante o encontro, o diretor do Departamento de Infraestrutura da Fiesp, Carlos Cavalcanti, afirmou que já existem várias empresas de aviação brasileiras que estão realizando testes com combustíveis alternativos desde 2010 e que o Brasil já é o segundo maior consumidor de biocombustíveis do mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos. “Estamos procurando uma solução para a utilização de biocombustíveis na aviação civil e comercial no país”, declarou.
Os especialistas deixaram explícito que o biocombustível foi desenvolvido para proporcionar desempenho equivalente aos combustíveis convencionais derivados de petróleo, no entanto, com a vantagem de proporcionar elevado potencial de redução da emissão dos gases que causam o efeito estufa.
André Nassar, gerente do Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais (Icone), apresentou relatórios e estudos sobre a produção de biocombustível para transporte aéreo a partir da cana-de-açúcar.
O debate, moderado por Leandro Alves, chefe da Divisão de Energia do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), contou com a participação de representantes de diversas entidades favoráveis aos biocombustíveis aéreos, mas que dependem da iniciativa do governo. Paulo Skaf, presidente da Fiesp, também esteve presente.
Veja um resumo do debate:
Edegar de Oliveira Rosa (WWF) – “Apoiamos a produção de biocombustíveis para redução de emissão de CO²”, afirmou o representante do Fundo Mundial para a Natureza (WWF), que defendeu a criação de iniciativas governamentais para viabilizar o uso de biocombustíveis. “Dependemos de políticas públicas para tornar medidas efetivas para reduzir a emissão de gás carbônico na atmosfera”, ressaltou.
Guilherme Freire (Embraer) – O diretor de Estratégia e Tecnologia Ambiental da Embraer, Guilherme Freire, alertou: “A sociedade está nos cobrando: quais serão os ganhos?”. Lembrou ainda que a cana-de-açúcar também pode ser usada no transporte aéreo e não só nos carros.
Adalberto Febeliano (Azul) – O diretor de Relações Institucionais da Azul Linhas Aéreas, Adalberto Febeliano, foi enfático ao afirmar que acredita nessa nova tecnologia: “Esperamos que, dentro de alguns anos, possamos usar esse biocombustível de forma comercial”. E cobrou uma colaboração mais efetiva do governo. “Temos um grande desafio: o custo. Precisamos trabalhar junto com o governo para encontrar uma melhor política tributária e tornar o custo desse combustível compatível com o do petróleo.”
Rodolfo Bryce (GE Aviação) – O representante dos Programas de Clientes da GE Aviação, Rodolfo Bryce, mostrou-se otimista com os resultados da utilização da cana-de-açúcar como biocombustível: “Os resultados são impressionantes”, afirmou.
Jane Hupe (Icao) – Para Jane Hupe, diretora da Seção de Meio Ambiente da Air Transport Bureau (Icao), o que se conquistou até o momento, em relação a biocombustíveis para transporte aéreo, é um ganho. “Quando começamos a falar sobre alternativas de combustíveis sustentáveis, as pessoas não acreditavam que isso seria possível”, explicou. E ressaltou que a obrigação dessa discussão na Rio+20 é “alertar os governos para tirar barreiras regulamentares e tornar esse voos comercialmente viáveis”. Jane finalizou convidando a todos para assistirem o voo de demonstração “Azul+Verde”, que usará combustível renovável a partir da cana-de-açúcar brasileira. O projeto é uma iniciativa da Azul Linhas Aéreas, Amyris, Embraer e GE, e acontecerá nesta terça-feira (19/06), no Aeroporto Santos Dumont, Rio de Janeiro.
Joel Velasco (Amyris) – Para o Vice-Presidente Sênior da Amyris, Joel Velasco, com essa tecnologia o Brasil pode se tornar líder mundial em combustíveis para avião.
Humanidade 2012
O Humanidade 2012 é uma realização da Fiesp, do Sistema Firjan, da Fundação Roberto Marinho, do Sesi-SP, Senai-SP, Sesi Rio e Senai Rio, com patrocínio da Prefeitura do Rio, do Sebrae e da Caixa Econômica Federal, concebida para realçar o importante papel que o Brasil exerce hoje como um dos líderes globais no debate sobre o desenvolvimento sustentável
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