‘A Madrinha Embriagada’ pode fazer com que mercado de teatro musical no Brasil cresça, diz maestro do espetáculo
Diretor musical da peça, Carlos Bauzys destaca acesso ao gênero no país a partir da encenação de “A Madrinha Embriagada”
Alice Assunção, Agência Indusnet Fiesp
Regente, compositor e educador musical, Carlos Bauzys é o responsável por preparar o coro, os solistas e a orquestra do espetáculo “A Madrinha Embriagada”, uma adaptação do musical da Broadway, “The Drowsy Chaperone”, montada por iniciativa da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e do Serviço Social da Indústria de São Paulo (Sesi-SP). A novidade: neste espetáculo, os treze músicos que compõem a orquestra vão ficar suspensos. Eles são parte do cenário.
Segundo Bauzys, a ideia de construir um mezanino para a orquestra em pleno cenário vai além da estética e é fruto da intenção de recrutar um novo público para o teatro musical no Brasil.

Bauzys: ideia de construir um mezanino para a orquestra vai além da estética. Foto: Everton Amaro/Fiesp
“A ideia é mostrar que tem uma orquestra tocando, já que as pessoas tendem a achar que é um playback”, diz o maestro. “A música ao vivo faz toda a diferença, deixa o espetáculo mais vivo, mais teatral”, explica.
Geralmente, a orquestra, o pulso de qualquer teatro musical, se abriga em um fosso, uma área construída entre a plateia e o palco, abaixo do nível da plataforma. Quanto mais longe o assento do palco, menor a visibilidade dos músicos e do maestro.
A ideia de deixar a orquestra suspensa sobre os atores em cena cumpriu a missão didática de aproximar o musical de um novo público, mas também resolveu um problema de espaço. “Quando o teatro não tem fosso, a gente tem de dar outro jeito. Ou fica no palco, ou nos cantos da plateia, ou no mezanino. Neste caso, foi feito um mezanino”, conta Bauzys.
Enquanto os atores contracenam e cantam, luzes coloridas refletem a silhueta dos músicos e dos seus instrumentos em dois mezaninos separados. Sem luz, as estruturas são apenas a continuação de um papel de parede azul claro das paredes do cenário, um apartamento no centro de São Paulo nos anos 1920.
“É toda uma engenharia para a coisa funcionar ali”, conta o diretor musical do espetáculo. “Para os músicos da esquerda ouvirem os da direita eles precisam estar com fone, os músicos da direita têm uma TV para acompanhar a regência, que fica no mezanino esquerdo do palco”, explica Bauzys.
Responsável por guiar os músicos, a maestrina acompanha cena por cena em outro aparelho de TV. O musical é transmitido por uma câmera instalada atrás da plateia.
Para Bauzys, a exibição da orquestra, a simplicidade didática do espetáculo e a vontade dos artistas em promover o teatro musical em cada cena pode contribuir para mudar a cena artística nacional na área. “Esse espetáculo foi um acerto no sentido de formação de público porque é um musical que fala de musicais. E se dirige a todo o tipo de público, é bem resolvido”, afirma o maestro.
“A Madrinha Embriagada” faz parte do Projeto Teatro Musical, do Sesi-SP, que deve capacitar novos atores com um curso de formação de três anos, descobrindo talentos por meio de oficinas de vivência na área e contribuindo para motivar a formação de um público para o gênero.
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